domingo, 23 de dezembro de 2007

no andar, respirar, correr, comer, gritar, girar, pensar, abraçar, abraçar, abraçar, e querer...
Sentava na cama, sussurrava palavras de saudade, verbos no passado, pessoas especiais, e abraçava o travesseiro forte como se realmente alguém pudesse ser privilegiado com a força daquele terno abraço cheio de vontade de querer mais, pensava em tudo que passou, tudo que deixou, tudo que ficou e puxava para si a sua perna e os joelhos perto do queixo para servirem de apoio para as suas lágrimas que escorriam, afinal, por que estava chorando? é só abraçar, abraçar e querer...

no andar, respirar, correr, comer, gritar, girar, pensar, no travesseiro amassado de pretérito perfeito e beijos não realizados, na forma de querer, tudo é você(s).

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'E era tão real que eu só fazia fantasia e não fazia mal
E agora é tanto amor me abrace como foi, te adoro e você vem comigo aonde quer que eu vôe...'

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Eu tenho que aprender a me desligar de certas coisas que me fazem perder os sentidos, tenho que aprender a me desligar daquilo que me faça perder a direção, tenho que olhar bem para ver se não estou fazendo tudo errado, por que veja bem, seguir apenas não basta, é preciso seguir o caminho certo, é preciso escolher qual amor, sim, escolher é preciso, e é aí que está toda a diferença.
Geralmente eu pego um papel, divido em dois e escrevo as opções que mais me atraem, coloco dentro de uma caixinha vermelha e espero, mexo, viro, jogo para cima e coloco de novo no lugar, o mais próximo possível dos meus olhos e o mais centralizado na cama. Então, esfrego as mãos, mordo os lábios, cruzo as pernas e os dedos e abro a caixa pegando um papel, a suposta escolha. Olho para ele meio que esperando algo, e decido fazer aquilo que estava no outro papel, até por que nem tudo é uma caixinha de surpresa, até por que complicar é bom demais e a segunda opção é sempre melhor, talvez por isso sempre exista um plano B, não sei...

domingo, 16 de dezembro de 2007

é só não ir, só isso.

Pra quê falar de amores se as flores já se vão? Pra quê querer o céu se o pedaço que você mais quer não pode ser teu? Pra quê olhar para frente se ao lado é mais completo e mais bonito? Pra quê mentir que não se seus olhos perdidos dizem sim? Pra quê correr se você pode flutuar? Ela queria tentar entender todas essas coisas por uma só coisa, ela queria que o tempo não passasse, que a mentira fosse verdade, que o abraço calasse, que a amargura não existisse, que a saudade fosse só alegria, que partir fosse paixão, que amar fosse não sentir medo de perder, que o amor fosse ter para sempre independente de qualquer confusão e desvios. De costas para a rua, de frente para o portão fechado de sua casa, ela lembrou de todos os passos dados nos dias antes daquele minuto, de todos beijos e abraços, de olhos fechados ela sentiu a dor do falar do que não se quer, de olhos abertos ela chorou vendo a verdade do querer, olhando para frente ela não entendeu. Pra quê partir se ainda é verão? Pra quê partir se o que se quer é só amar?

Abriu o portão, pegou o telefone, sentou na cadeira de área e discou... Desistiu e cansada falou para o telefone mudo: ‘ Vem ficar comigo para sempre, pra quê me deixar ir embora se o que eu quero é ficar? Eu te amo tanto, meu bem’


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é só saudade...

sábado, 15 de dezembro de 2007

De: Carolina

Ela já estava cansada de toda essa história de amor, então, sentava-se em frente daquela bagunça esperando uma reação, que obviamente não vinha; mas ela continuava ali; tomava um gole do seu café quente, batia a perna freneticamente e começava a mexer os dedos da mão, como se realmente algo fosse acontecer, mesmo ela sabendo que não, só estava assim pois se sentia cansada para tudo aquilo. Manuel já parecia incansável, continuava a perturbá-la com uma imensidão de cartas e flores, coisas que Carolina achava tão banais e supérfluas, aí ficava esperando que tudo aquilo se revelasse...ela não queria ler toda aquela história de amor de novo. Ora essa, como Manuel se atrevera a falar de amor?! Como ele se atrevera a colocar aquelas palavras falsas sobre um assunto tão profundo em uma simples pedaço de papel amarelo?! Como ele tinha sido tão arrogante a ponto de dizer ‘ eu te amo’? ‘Tenha dó’, Carolina pensou, ‘ São só papéis amarelos e flores, onde esta o amor?! Ainda está frio e eu tomo meu café quente e de nada adiantou tentar acreditar’. Resolveu dar as flores para a vizinha, queimou as cartas em sua lareira e esperou que o calor do fogo das cartas de amor de Manuel a esquentasse, e foi o que aconteceu e também foi assim que se sentiu amada, assim se sentiu envolvida pelas antigas palavras de amor que ela não leu...Então pegou um papel amarelo qualquer e escreveu coisas banais sobre o amor, escreveu para Manuel, escreveu com o mesmo sentido das palavras que ela não havia lido.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Sobre o amor...

O ursinho ainda repousava ao lado de sua cama, ela era uma daquelas garotas difíceis de conversar mas conquistadora...tempos atrás havia se apaixonado, se é que sabia que era isso, ela odiava aquelas filmes românticos que colocava o amor como um encontro qualquer em uma esquina qualquer de uma cidade qualquer, mas sinceramente? Foi isso que aconteceu, a diferença era que não era um encontro qualquer, ela havia encontrado o amor.
O amor é pensar no que o amor é não conseguir dizer, é isso, esse silêncio inexplicável que domina a garganta quando se ama, é sentar em cima de telhados e olhar a lua, é correr na chuva para um toldo de uma loja de roupas de bebê e acabar escolhendo os nomes dos futuros cinco filhos, é dividir aquele chocolate delicioso, é alugar aquele filme chato simplesmente por que a outra pessoa gosta, é mais do que querer bem, é querer perto.
Sobre o amor, ela sabe muito bem.
Sobre o amor, ela encontrou em uma loja de convêniencias :)