sábado, 15 de dezembro de 2007

De: Carolina

Ela já estava cansada de toda essa história de amor, então, sentava-se em frente daquela bagunça esperando uma reação, que obviamente não vinha; mas ela continuava ali; tomava um gole do seu café quente, batia a perna freneticamente e começava a mexer os dedos da mão, como se realmente algo fosse acontecer, mesmo ela sabendo que não, só estava assim pois se sentia cansada para tudo aquilo. Manuel já parecia incansável, continuava a perturbá-la com uma imensidão de cartas e flores, coisas que Carolina achava tão banais e supérfluas, aí ficava esperando que tudo aquilo se revelasse...ela não queria ler toda aquela história de amor de novo. Ora essa, como Manuel se atrevera a falar de amor?! Como ele se atrevera a colocar aquelas palavras falsas sobre um assunto tão profundo em uma simples pedaço de papel amarelo?! Como ele tinha sido tão arrogante a ponto de dizer ‘ eu te amo’? ‘Tenha dó’, Carolina pensou, ‘ São só papéis amarelos e flores, onde esta o amor?! Ainda está frio e eu tomo meu café quente e de nada adiantou tentar acreditar’. Resolveu dar as flores para a vizinha, queimou as cartas em sua lareira e esperou que o calor do fogo das cartas de amor de Manuel a esquentasse, e foi o que aconteceu e também foi assim que se sentiu amada, assim se sentiu envolvida pelas antigas palavras de amor que ela não leu...Então pegou um papel amarelo qualquer e escreveu coisas banais sobre o amor, escreveu para Manuel, escreveu com o mesmo sentido das palavras que ela não havia lido.

Nenhum comentário: